Para abraçar a vida consagrada, não basta dizer “quero ser freira”. É necessário um caminho de enamoramento por Jesus Cristo a partir de uma experiência profunda de espiritualidade e discernimento vocacional. Com um compromisso de pobreza, obediência e castidade, a freira irá viver inteiramente para Jesus e a proclamação de Seu Reino.
Para que uma jovem abrace sua consagração e dedique-se a um instituto religioso, alguns passos são necessários.
Um chamado: quero ser freira!
Como Maria Madalena, Maria de Betânia, a samaritana, e tantas outras mulheres da Sagrada Escritura, o Senhor continua a despertar corações para que, com trabalho e oração, sejam sinal do amor eterno e da vida que viveremos no céu. Ao longo da história da Igreja, floresceu um jardim de vocações na vida religiosa, como formas de expressão do amor de Cristo à humanidade, a partir de um estilo de vida, espiritualidade e vivência comunitária próprios.
A vocação de uma freira propõe uma vida de entrega total a Jesus, com a escolha pelo despojamento dos bens materiais, a dedicação a uma instituição eclesial, a vivência do celibato e a prática da espiritualidade própria de cada congregação.
Uma vez que a jovem sinta o desejo de tudo deixar para dedicar-se a Jesus é preciso estar atenta a voz de Deus. Estamos falando de discernimento vocacional. Quando se trata de vocação não basta querer é preciso discernir se é ou não vontade de Deus aquele chamado.
Discernindo uma vocação
A inquietação da alma para seguir Jesus brota de uma experiência com seu amor. Sentindo-se atraída pelo Senhor, a jovem deve buscar orientação vocacional com um sacerdote, a fim de obter pastoreio para seu coração sedento em ofertar-se. É importante também manter viva a chama ardente do chamado buscando a vida de oração e a prática sacramental, sobretudo da confissão e da Eucaristia. Esse caminho inicial levará a jovem a uma identificação dos sinais de Deus que, ao longo de sua história, atraiu seu coração a um seguimento mais radical.
Partilhando esses sentimentos com seu diretor espiritual e buscando a Deus na oração, vale perguntar-se: “Senhor, o que queres que eu faça?”. Esse processo vai passar pelo conhecimento de alguns institutos religiosos, a partir de sua história, Carisma, espiritualidade, vida apostólica e comunitária, e encontrar a que mais desperta desejo em seu interior, no qual a jovem deve buscar sua identificação ou não. Não é preciso ter medo!
A alma costuma saber onde é o seu lugar na Igreja, onde será possível dizer: “Eu anseio viver essa vida! É assim que quero me ofertar ao meu Amado!”
A maioria dos institutos possui um serviço de animação vocacional. Uma vez que a jovem se sinte atraída por um carisma específico, deve procurar esse setor e partilhar os anseios do seu coração. Esse setor costuma promover encontros de apresentação e na ocasião realiza a escuta das candidatas, com o intuito de ajudá-las no discernimento de seu chamado.
Trilhado esse caminho, é preciso lançar-se nos braços de Jesus e, sem medo, abraçar sua vontade com fidelidade até o fim de sua vida.