Ainda hoje o seguimento radical a Jesus Cristo atrai jovens do mundo inteiro para a vida religiosa. A vivência dos conselhos evangélicos – ser pobre, obediente e casto – pressupõe uma experiência profunda com o Mestre que continua a chamar “Segue-me Tu!” (Mt 9, 9). Quando se sente inquietado por Deus, o jovem tende a ficar cheio de dúvidas e medos, pensando sobretudo no seu futuro e em como acontece a vida religiosa. Trouxemos algumas perguntas bem concretas que podem esclarecer esses questionamentos.
Como sei que tenho vocação para a vida religiosa?
O discernimento vocacional é um processo que deve acontecer em oração, caminhando em busca de maturidade humana, intelectual e espiritual, abrindo-se ao autoconhecimento, direção espiritual e conhecimento da congregação. Inicialmente, acontece o chamado espiritual: o jovem sente que Jesus o chama para uma vivência mais próxima. Desse modo, busca um lugar para viver esse chamado, geralmente encontrando uma congregação religiosa. Adiante a identificação a essa ordem tende a se estreitar e amadurecer, culminando na decisão pelo seguimento de Jesus nesse Carisma. Porém, nesse caminho é importante contar com a proximidade de um religioso mais experiente ou um sacerdote para direção espiritual e acompanhamento vocacional para auxiliá-lo.
Por que existem tantas congregações religiosas no mundo?
Os institutos religiosos são basicamente um grupo de pessoas que vivenciam um carisma particular de seguimento a pessoa de Jesus Cristo, pelos votos de pobreza, obediência e castidade. Essa variedade de congregações correspondem a variedade de dons do Espírito Santo (I Cor 12, 4). Os denominados “carismas fundacionais” são formas de expressar um aspecto da missão de Jesus Cristo a partir de um estilo de vida, espiritualidade e apostolados próprios. Portanto, a Igreja enxerga nessa multiplicidade parte da riqueza espiritual de sua história. Eles são suscitados pelo Espírito Santo de acordo com a necessidade da humanidade. São uma resposta do amor de Deus.
A vida religiosa supõe o voto de castidade?
Sim. No que tange às congregações religiosas – uma das formas de vida consagrada na Igreja – o voto de castidade é obrigatório, juntamente com o voto de pobreza e obediência. Porém existem as ordens terceiras, sociedades de vida apostólicas, movimentos eclesiais e novas comunidades – outras modalidades de vida consagrada – que não possuem o voto de castidade como obrigatório, tendo em vista que muitos dos membros dessas vocações são casados.
Leva quanto tempo para tornar-se um religioso?
Varia de congregação para congregação. Porém, no Código de direito Canônico é pedido como tempo obrigatório o tempo de formação, intitulado Noviciado, que deve ser antecedido de um tempo de preparação, e seguido por um tempo apostólico mais intenso antes da profissão dos primeiros votos. Depois de sucessivas renovações de consagração, também variável de instituto para instituto, o membro professará seus compromissos perpétuos.